quinta-feira, 23 de junho de 2011

DEIXA O SOL

Todo dia é uma nova chance
Começa um novo enredo
Tantas vidas que vêm e vão
Paralelas que se encontram

Do remorso vem a razão
De todo o sofrimento
Pra me achar tive que me perder
E hoje eu posso te dizer

Que fugir... Sem porque
Se há tanta coisa pra dizer
Desistir... Se entregar
Não podem estar nos planos

Por isso, deixa o sol entrar
Não se entrega sem tentar
O amanhã vai chegar
Toda a dor se vai no ar

Não é fácil se desprender
Da dor de dias negros
Cicatrizam mesmo devagar
As feridas que o tempo deixa

Já não há mais porque conter
Tanto rancor no peito
Não me estranho, eu já estive assim
De um quarto escuro eu vim

Por isso, deixa o sol entrar
Não se entrega sem tentar
O amanhã vai chegar
Toda a dor se vai no ar

Não tenha medo da solidão
É só um momento, distração
Entre o amor e a razão
Mundo perfeito é só ilusão


Uma música antiga...
Lembro de tê-la escrito com o Marcos, muito antes de sonharmos com a facção Re-Volt.
Cheguei a cantá-la no Razzia, mas não foi adiante.
Acho que tem a ver com o momento atual.

domingo, 12 de junho de 2011

FORTALEZA DA SOLIDÃO


Se ninguém mais acredita
Ninguém mais se importa
Já que não há ninguém por perto
Não faz mal

Tirando forças do nada
Possibilidades do impossível
Ainda me restam os sonhos
Renovados a cada amanhecer

Eu acredito sozinho
Eu amo sozinho
Eu faço tudo o que quiser

Eu luto sozinho
E eu venço sozinho
Posso ser quem eu puder

Sou o dono do meu coração
Minha fortaleza da solidão

Guardo todas as lágrimas pra mim
Tornando couraça minha dor
Busco alento de um amor
No sorriso que um dia eu quis dividir

Como flores que nascem da lama
Diamantes de cacos de vidro
Há um brilho em cada choro
Que eu trago dentro de mim

Eu faço sozinho
Eu crio sozinho
Trago meu mundo a quem quiser

Eu perco sozinho
E me levanto sozinho
Continuo e sobrevivo enquanto puder

Enquanto houver lágrimas no rosto
Enquanto ainda bater o coração
Quando todos os heróis tiverem morrido
Ainda existirá fortaleza na solidão

Minha fortaleza é a solidão


Escrevi esse poema perto do natal de 2006.
Às vezes, o fato de estarmos sós ergue sobre nós uma muralha de autoconfiança e coragem louca, que nos faz viver mais intensamente.
Pena que um mísero detalhe (ou presença) pode colocar tudo abaixo.
[para BahBee]