sexta-feira, 15 de abril de 2011

NESTE INFINITO


Não que o infinito esteja distante
Não que a razão se perca
O que parece se desconfia
Há uma tênue divisão entre nós

Não busque culpados
Não compre meus votos
Há um sorriso que me busca
E logo reacende a chama

Mas não esqueça de pedir perdão
Há sempre uma lacuna na escuridão

Hoje o sol acordou mais tarde
E esqueceu de te chamar
Mas há sempre uma claridade
Que podemos participar

A transparência das nossas vidas
Teus olhos finitos me atingem
Me tingem de cor que me hospeda

E não vai embora
E não me abandona

Peça ao amor pra ficar
Estamos juntos neste infinito
Não há tempo nem medida

Para nós só existe o hoje
E só o que interessa é o agora
Estamos apenas começando
A caminhada ao infinito

- 15 de abril de 2005.

Há alguns anos atrás, desenvolvi uma parceria com um cara que, além de possuir um talento extraordinário, era um grande amigo: o poeta Alan de Carvalho.

Infelizmente, nossos caminhos se separaram. Mas o que fica é a amizade, e as belíssimas coisas que escrevemos juntos.

Escolhi postar esse poema justamente por hoje ser seu “aniversário”... E por uma loucura do destino, hoje me encontrei com o Alan e ele me disse que seu segundo filho tinha nascido nesta semana, para minha surpresa e alegria.

Por isso, seja bem-vindo a este mundo louco, Pietro! Mas fique tranquilo, pois você está muito bem protegido.  =]

segunda-feira, 11 de abril de 2011

ESPERANDO

Os dias passam sem razão
E as noites vão se esticando
O tempo escorre pelo chão
E eu continuo esperando

Não dá mais para ser como antes
E não há porque ficar tentando
O mundo tenta me levar adiante
Mas eu continuo esperando

Esperando você voltar
Esperando você entrar
Por aquela porta

Desejando sem poder
Evitando de querer
A sua volta

Como um corpo que cai
Minha fé se esvai
Com o sol que se põe

Tudo mudou num instante
E nem o passado é o bastante
Pra salvar o que se foi

Mas eu continuo esperando
Esperando...
Esperando...


Escrevi esse poema nesta madrugada.
Estava na porta de casa, olhando para o nada, quando surgiu a idéia.
Depois que terminei, me levantei do computador e voltei para a porta.
E continuei a olhar para o nada, esperando...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CONSPIRAÇÃO RAPOSO I


Pra onde foram os ontens
Onde tudo era mais
Pra onde foram aqueles ontens
E toda minha paz

Procuro e não encontro
E o medo se refaz
Eu corro e nunca chego
Como tudo ficou pra trás?

Como pode tudo mudar
Me imagino sendo o mesmo, mas algo mudou no olhar
Não há mais como ir e nem como ficar
Só sei que seguir deve bastar

Tantas memórias
Jogadas no chão
Como areia fina
Que escorre pelas mãos

Um deserto no frio
Que me prende à solidão
Mais um vinho barato
Entorpeço o coração

Busco respostas, como quem procura explicação a vida que tem
Uso do mundo como livro, mas não convém
O problema nasce de onde procuramos estender a mão além...

O mundo se acabando
Eu não posso permitir
Como um filme de terror
Que ninguém quer assistir

E agora a minha razão
Insiste em me trair
Nesse mar de medo
Que tenta me engolir

Minha mente insiste em me trair
Como quem luta pelas razões erradas
E ainda tem esperança de um dia ser lembrado como rei

O fim está perto, disso eu sei
O fim está perto, disso eu espero

Esse é o fim
Tem que ser
Esse é o fim
Pra mim e pra você

Esse é o fim
Esse é o fim
E tudo mais é silêncio
E dor

Onde estão meus pés?
Cadê o meu chão?
Tudo que foi prometido não está em minhas mãos
Quero recomeçar tudo em outro lugar

Eu preciso respirar
Longe desse ar viciado
Em algum lugar onde seus dedos não possam me alcançar
Quero a verdade sem porém

Quero sentir a felicidade de algo novo
Palavras com significado único
Olhares sem críticas

Um tipo diferente de povo
Sem o sabor da dor alheia
Totalmente diferente de você...

17/03/11

Um dia desses, eu estava totalmente entediado na Internet, quando meu irmão propôs da gente escrever algo juntos, ali mesmo, pelo MSN, na base do improviso. Trabalhamos na base do bate-pronto, um complementando a idéia do outro. Foi uma experiência muito interessante, que espero repetir muito em breve.  =]

segunda-feira, 4 de abril de 2011

BUSCA


Viver é uma busca
Sem meio e sem final
Eterna descoberta
Entre o bem e o mal


A única certeza
Que se pode acreditar
É a própria incerteza
Que o tempo leva e traz


A luz vai surgindo
Como um raio de sol
Dissipando as trevas
E tudo fica igual


Como um velho ciclo
Que nunca chega ao fim
A busca em meu ser
É o que me faz viver


Sonhos e desejos
E riscos a correr
A grande encruzilhada
Ganhar ou perder


Nas regras desse jogo
Não há um vencedor
Só a busca de um caminho
Entre o ódio e o amor


Sempre à procura
Do que não se alcança
Revela um destino
Que não pode mudar


Todos os caminhos
Só uma direção
Que levam a viver



Essa era uma música do RAZZIA.
Compus com o Mike X, entre 2003 e 2004.
Uma letra que até hoje parece atual pra mim.

sábado, 2 de abril de 2011

O FIM DO QUE NÃO TEM FIM

Sei como você se sente
Mas não tenha medo não
Temos nossas correntes
Que nos prendem nesse chão


Transpirando de desejo
Eu não ligo, pago o preço
Como um pecado menor
Sem o mínimo apreço


Deixa o mundo lá fora
Só o que importa
É esse agora


Teu suor é minha vodka
O prazer sepulta a lógica
E me alucina


Se esse é mesmo o fim
Vamos então fazer
Um gran finale


Quero te amanhecer
Preciso te sentir
Minha femme fatale


Nosso destino é uma cilada
Um eterno tudo ou nada
Mas tudo bem


Agora pode ir
Vou te deixar em paz
Chame quando precisar de mim


O fim do que não tem fim
É simplesmente assim
Sem explicação


30/03/2011